sábado, 26 de dezembro de 2009

irrita-me # 13: o jingle de natal

O hiato foi grande, eu sei.
E tudo deve-se à escola, e aos testes, e às apresentações, e aos trabalhos de grupo, para todos malditos e amaldiçoados por todos. Mas essa irritação fica para outra altura, quando a pressão e pânico tomarem dimensões catastróficas na época antecedente aos exames nacionais e testes de equivalência à disciplina, dignas de mais um blockbuster de robert zemeckis ou james cameron - que por coincidência será outra irritação.

Mas estamos em época do Natal, ou Hannukah para os judeus, ou uma época de nada de especial para os islâmicos (sei lá), ou uma época de troca de presentes para os ateus e não praticantes. Ou seja, uma época de solidariedade, de paz e alegria, onde não é suposto haver irritações.

Mas há uma coisa que me irrita e supera esse estado de espírito que vem uma vez ao ano.

Os jingles de natal.

Caramba, são lançados dezenas de milhares de albuns, o que implica o que deve ser perto de milhões de músicas (se algumas sequer merecem tal estatuto), e não é possível criar nem que seja uma musiquinha de natal que não seja uma cover da do ano passado, ou de há 30 anos? Serás pedir muito?

É verdade, o bob dylan até lançou um cd de natal este ano, mas isso são frequências que nem todos os ouvidos conseguem captar e apreciar. Portanto ficamos entalados com estas!:









Mas mais irritante que a original deve ser mesmo esta, no meio de outras milhares de covers. Em vez que nas de cima é o seu replay constante que me irita, esta tem a magnífica capacidade de em 10 segundos não conseguir ouvir mais:



Mas não é só! Depois há aquelas que não têm direitos de autor, logo a sua proliferação é muito maior, que nem uma praga...





Acho que já perceberam, não vou maçar mais...

É que mesmo que eu não queira ouvir, basta andar por um centro comercial, ir a uma das várias aldeias do natal espalhadas pelo país, etc. para gramar com estas melodias... Mesmo que eu não queira que me desejem "um bom natal para todos nós", tenho de ouvir os putos do coro a repeti-lo vezes sem conta até os ouvidos começarem a sagrar. Ainda se mudassem de ano em ano, tudo bem, mas elas repetem de 10 em 10 minutos! Será que há assim tão poucas músicas de natal?

O meu apelo é não só que criem mais jingles de natal (e não estou falar de covers das músicas velhas! quero originalidade!), mas que dêem mais atenção aos outros indivíduos que até os criam, mas ninguém quer ouvir, porque as pessoas preferem mais do mesmo, entenda-se lá porquê... Tipo isto:





E é com estes e não com os de cima que eu desejo um boas festas a todos.

Porque desejar um feliz natal com uma música do Crazy Frog para mim tem o mesmo significado que escreve-lo com uma caneta vermelha, tavez até seja um maor insulto.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

irrita-me #12: espezinhar fezes.



Não estou com a paciência para estar com eufemismos, com paninhos quentes, e outras expressões que signifiquem suavizar uma coisa que é má.

Pisar merda é uma grande merda, seja de que cu vier.

Seja de cavalo, de vaca, de coelho, de gato, de cão, de pessoa… É tudo muito pouco sanitário, e muito chato mesmo. Talvez o mais nojento seja o de pessoa porque é o que esperamos menos no chão (se bem que é sempre uma bela visão ver dejectos humanos num cantinho escuro e tapados à pressa com lenços), mas o mais irritante tem de ser o canídeo…
Lá vai o dono a passear o cão, com apenas um único objectivo: pô-lo a cagar/mijar. Porque talvez a única coisa que deixamos que o cão liberte do seu corpo são pequenos descendentes deles mesmos porque dão lucro, todos os outros resíduos quanto mais longe forem libertados melhor… E não haverá espaço melhor que a rua, claro! Daí imediatamente logo depois de inventarem o cão tiveram de inventar o passeio do cão, o “levar o Bobi ou o Pantufa à rua”…

Adiante, lá está o cão a demarcar território, a snifar tudo o que é sítio, e quando encontra o spot perfeito lá se liberta. E o dono? Levar um saquinho para recolher o produto e pôr no lixo? Naaaaaaaa… Que nojo, ter de pegar no cocó, é verdade que tem o plástico mas dá para sentir o quentinho e o viscoso das fezes… Portanto deixai-o estar no passeio, que os lixadeiros fazem o trabalho desses calões ou que sejam os pés dos veraneantes a fazê-lo! Não há problema, eu até gosto de andar a arrastar a merda com o meu sapato, limpar as ruas da merda pondo merda no meu calçado é um trabalho de cidadania que tenho muito gosto em fazer…

O que me irrita mesmo é que os cães, ou os respectivos donos, podiam escolher um escaninho ou um local onde não passasse muita gente, mas não, tem de ser mesmo no meio do passeio, onde as pessoas passam! Pois, é para que alguém pise o cocó e limpe o chão o mais rapidamente possível… Será que não há ninguém que ensine aos dois onde é que devem libertar as suas excreções? Nenhum workshop, colóquio ou uma brochurazinha que os ensine a cagar?



É que parece que as cidade e os jardins às vezes parecem autênticos campo de minas, só que em vez de ficarmos sem uma perna é muito pior, ficamos com a sola demolhada em cocó e um odor que pode ser sentido a metros, se tivermos mesmo pontaria no que pisámos.
Algumas vezes é possível sentirmos um quentinho estranho no pé ou sentimos o pé a deslizar um pouquinho, então é instantâneo: “Merda! Pisei merda…”. É logo começar a procurar um cantinho relvoso para arrastar e limpar a sola, ou se a sola for daquelas cheias de buracos muita estranhos só vai dar mesmo se andarmos a picar a merda muito delicadamente com o pau, porque também não queremos que ela salte para cima de nós.
Pior é mesmo pisarmos, não notarmos e deixarmos para trás pegadas castanhas, e quando ficamos sossegados num local que não é lá muito arejado começa a vir o cheiro estranho: ou és tu o primeiro a detectar o aroma ou nem notas, são os outros à tua volta que reparam nele. O que é que se faz, vira-se para o colega e diz-se “Epá, cheiras a merda…”? Ninguém diz isso! Portanto os outros suportam o cheiro até que ele note (se é se sabem quem é), e quando o portador notar assim que puder procura a relva e o pau. O problema é que às vezes não pode ir logo remover a caca, tem que ir tapando a sola como puder, para a vergonha não ser maior …

Eu por acaso já não tenho desses casos há algum tempo, mas tenho o orgulho de poder anunciar que há algum tempo devo ter pisado em merda 2 vezes em 10 minutos (e não era a mesma porção!)… E se dizem que pisar merda dá sorte (talvez porque o dia não pode correr pior que isso), dias depois partia o meu dente. Portanto nem quero saber o que me esperava se não tivesse pisado o cocó!

imagens aqui e aqui.

aparte terciário - a conclusão da saga do dente!

Se há algo que posso ter aproveitado nesta história do dente é que pude sugar a ingenuidade da minha turma até ao tutano, esmifrar toda a confiança que eles depositaram numa pessoa que ainda não sabem que é do mais mentiroso que há (a minha pessoa) e transformá-la num ganda Mário… Para quem não conhece o que é um “ganda Mário”, “pulling off a Mario” em inglês para os internautas internacionais, é dizer uma mentira, uma peta, uma inverdade, após a qual poderíamos dizer “Olha Mário, mais um otário”, “Look Mario, another otario”, mas com o decorrer dos séculos reduziu-se a dizer com rejubilo que efectuámos um “ganda Mário”…

Seja como for, logo depois da saga do hospital, uma saga dentro da saga do dente que aqui já foi referida, tive que ir para a escola depois do almoço, na minha única tarde ocupada com aulas, e ainda transtornado com a tragédia dental que me tinha ocorrido não me estava a apetecer falar para não mostrar a minha dentuça, o que não seria complicado porque quando cheguei já tinha começado a aula. Mas no decorrer da mesma, pensei: “why not pulling off a Mario?” E assim foi, comecei logo a magicar um plano maléfico para justificar o facto de não falar, e eventualmente o dente que me faltava, assim que reparassem.

Portanto comecei a falar da minha história de vida por gestos ou por escrito:
“Não posso falar…” Porquê? “Ontem à noite tive foi operado à garganta, foi por isso que faltei hoje de manhã às aulas, só me deram alta ao fim da manhã…” Mas foste logo operado e deram-te logo alta? “Sim, cirurgia de ambulatório, é possível.” Ai é? Mas então o que é que te aconteceu? “Não sei bem, acho que foi uma espinha que feriu a minha garganta, e quando foram ver acharam por bem operar entretanto…” Então não podes falar? “Pois, foi o que o meu médico me aconselhou, não é que não possa falar só é melhor não falar para cicatrizar melhor”. Então por quanto tempo? “Hoje e amanhã.” Epá, eu não conseguia… “Pois é complicado…”
E quando reparassem no dente…
Olha, partiste o dente? “Sim, foi durante a operação e quando estavam a entubar-me partiram-me o dente… É possível! Mas na próxima semana já prometeram corrigir os danos…” Ahhh, acho bem...

Pois, para levar este Mário avante tive de conseguir, e foi muito difícil! E o melhor é que consegui! Sou muita bom a puxar Mários…
A história até pode acontecer a qualquer um, não seria a primeira vez que alguém se ferisse com uma espinha ou partisse os dentes pelo descuido do entubador… Se alguém me ouvisse um pequeno desabafo da minha boca, dizia logo (por escrito) que não é que eu não possa, não devo é falar… E se desconfiassem da minha história, eu escrevia “E eu parti o dente e faltei de manhã por acaso!” E por acaso foi um acaso muito parvo…
Até tive o Bruno, que é um maior mentiroso do que eu, a dizer a verdade.. Portanto as pessoas não acreditavam nele e acreditavam em mim. E não basta a minha turma, até os professores acreditavam! Numa aula de biologia do dia seguinte tive a perguntar coisas à professora no papel, enquanto ela e a turma esperava que eu acabasse de escrever, e até tive a stora de química a aconselhar-me a comer gelado que ajudava a recuperar…

Só queria gritar em plenos pulmões: “Ai ca burros, ganda Mário!”
Mas não, esperei 2 dias para falar outra vez. Custou mas foi, e teve os seus frutos. Ainda hoje maior parte da turma e dos professores acha que fui submetido a cirurgia, e os que sabem a verdade ou já o sabiam antes de eu considerar em fazer isto (aos quais pedi confidencialidade) ou leram aqui.

E é assim, meus amigos, que se faz O MAIOR MÁRIO DE SEMPRE. Desafio-vos a ultrapassar-me.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

irrita-me #11: filas dos hospitais



Bem, como aqui já foi referido logo no dia seguinte fui ao hospital para ver se me arranjavam o dente, com o bocadinho da massa no bolso. Nem sabia no que me estava a meter.

o dia anterior, no mesmo dia em que parti o dente, fui logo ao hospital paa saber se podiam arranjar logo a altura. Pois claro! Estomatologista só há às terças e quintas de manhã, ou uma coisa assim. Ainda bem que o dia seguinte era terça, era só faltar a uma aula e já está. Pois claro!

Então acordei à hora do costume mas em vez de ir para a esquerda para a escola virei para a direita, apontando para o hospital.
Como era de modos que uma urgência, pelo menos para mim, dirigi-me às urgências, até porque não conhecia outra entrada do hospital, foi sempre por aí. E como tinha a sorte de ainda possuir 17 anos pude entrar na parte da pediatria, onde ainda não estava ninguém, porque se fosse na salinha dos adultos a espera que me esperava era bem grande. Portanto era logo atendido. Pois claro!

Espera 1: O problema é que o balcão de recepção atendia a pediatria e a obstretícia. E devo dizer que nunca vi tanta grávida no mesmo compartimento, nem sei bem por onde surgiam. Ou seja, até a única funcionária as despachar foi uma hora ao balcão. Mas fui atendido. E disseram-me para... esperar, pois claro!

Espera 2: Pois esperei. Mais meia-hora à porta na expectativa de chamarem pelo meu nome através do comunicador que me permitisse atravessar o portal. E lá chamaram. Mas fui logo atendido? Pois claro! Era apenas uma mulher que registou o computador o acontecimento e deu-me uma pulseira super cool. No fim disse para esperar na sala.

Espera 3: E claro que esperei (habituem-se a esta palavra, não fiz outra coisa). Mais uma meia-hora, para que fosse chamado pelo mesmo comunicador que me dirigiria a um médico que soubesse o que fazer. Pois claro! Quando atravessei o portal novamente...

Espera 4: ...esperei mais 10 minutos umas cadeiras para que uma enfermeira me dirigisse ao balcão das consultas externas onde marcaria a consulta de estomatologia. Estava mais perto de ter a minha detição de volta... Pois claro!

Espera 5: Estava à espera de um balcãozinho com umas 20 pessoas, era um hiper-balcão com 8 sítios de atendimento. E deviam estar à espera mais de 100 pessoas à sua volta. Parecia que tinham aberto as comportas dos lares, ou que era dia da consulta dos indivíduos de 3ª idade, porque os velhos dominavam o território. E depois de senha tirada, esperei. 20 minutos, desta vez. Lá a senhora robótica do computador me chamou e lá fui marcar a consulta para a estomatologia, onde pensei que seria só mais uma meia-hora. Pois claro!

Espera 6: Deviam estar 25 pessoas num escaninho de 10m2, claro que era para estomatologia e neurologia, mas as consultas de dentista não costumam ser breves, e logo quando só há um. Apaguei a caixa de mensagens lotadas, falei ao telefone com pessoas perplexas com a minha situação, li jornais, li muitos jornais, resignei-me à espera, entrei em pânico pela espera ser tanta e já tinham passado o meu número, mas o fim ouvi o meu número. Hora e meia depois. Mas ia te o meu dente de volta! Pois claro...

"Então mostra lá o que te aconteceu. O quê, guardaste a massa? Pois isso não te vai servir para nada, não colamos massa. E não temos por aqui massa desta cor, acho eu. Bem, vais ter de voltar para a semana, aí já te podemos pôr a massa e terá o teu dete de volta. Humm, não vá o diabo tecê-las é melhor marcar um raio-x aos dentes, porque não? Até para a semana!"
Escusado será dizer que saí de lá um poucachiho frustrado, irritado. Uma manhã perdida para marcar uma consulta de estomatologia? Uma semana com a dentuça partida, alvo de chacota por 7 dias? 168 horas sem conseguir comer, falar, roer, viver? Maldito pacote de ketchup!!!

Espera 7: Voltei ao hiper-balcão para registar a consulta. Mais um quarto de hora, vá. Mas ainda tinha de ir marcar o raio-x, sabe-se lá porquê.

Espera 8: 30 pessoas na Imagiologia, claro que não era tudo para marcar consulta, mas para isso era preciso tirar uma senha que as funcionárias não estavam a chamar. Portanto era meter-me na fila que se formava e esperar que fosse atendido, mas na confusão só seria um quarto depois. E quando a funcionária estava a marcar a consulta, reparou que a hora de marcação de estomatologia estava para as 12:30 em vez das 17:30h.
Tive que voltar à estomatologista para falar com o senhor doutor e falar no engano, mas aí não quis esperar, foi logo.

Espera 9: Problema resolvido fui de volta à recepção nas urgências pediátricas para buscar a declaração para justificar uma manhã perdida a escola. E arrancaram-me a minha pulseira super cool! Mais outro quarto de hora perdido.

Ahhh, por pouco não chegava às 10 esperas!
E devo ter saído de lá ás 12:30h, irritado comó caraças, que eu detesto esperar, especialmente se é para ada. Agora só volto a meter os pés num hospital para arranjar o dente na terça ou se tiver demasiado inconsciente para recusar!

Cumps

imagem aqui

aparte secundário!

E já agora, alguém já viu aquele anúncio publicitário do Hextril, em que a mulher fala de todas as coisas que ela agora consegue fazer desde que começou a tomar esse dito elixir, não da vida mas sim da higiene dentária e bocal?

Ela fala que pode dar boas trincadas na comida, etc e tal, já sabem como é, e a meio mostra que já coosegue abrir pacotes de molhos com os dentes! Isto é um ultraje!

Não sei se será mania da perseguição, mas isto só pode ter sido feito para me irritar! Que outra razão é que haverá?
Se se é mesmo assim etão devo dizer que vós, senhores da publicidade da Hextril, falharam redondamente na vossa missão, que apenas deu-me vontade de rir quando visualizei essa pequena pérola...

Infelizmente ainda não encontrei esse anúncio, mas com todo o gosto o porei aqui assim que o encontrar...

Cumps

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

irrita-me #10: dente partido


(não é o meu dente, não me ia expor dessa forma!)


Partir um dente deve ser dos acidentes mais irritantes que nos pode acontecer, e até aposto a minha vida nisso. Não dói muito, apenas incomoda. Fazemos figura de urso a comer e a sorrir. E depois é um balúrdio para corrigir esse defeito hilariante por nós recém-adquirido.

Já para não falar no desagradável que é enquanto não se arranja, porque além de sermos vítimas de chacota reparamos logo que aquele bocado de dente faz muito mais falta do que pensamos. Para começar é um buracão onde se afunda o lábio e se enfia a língua e que nunca nos faz esquecer da idiotice que cometemos. Depois a parte onde o dente foi partido é bem áspera, tentem por uma lixa no dente e se multiplicarem por 26 estarão próximos da impressão que faz passar com a língua sobre essa superfície, trazendo apenas nostalgia da polidez de um dente. Depois começamos a falar a assobiar e a mastigação torna-se difícil porque vemos a comida toda a escapar-se pelo buraco, por mais que tentemos é impossível fechar a boca – o que é desagradável. E também há uma enorme quantidade de hábitos que temos de abdicar, como roer as unhas, trincar uma maçã, morder e arrancar a linha da camisola… Já para não falar que é muita feio estar desdentado. E muito mais coisas que não desejo a ninguém.
E sei do que estou a falar, porque já parti muito dente. 4 vezes. Sempre nos mesmos incisivos superiores, logo os mais visíveis. Hoje foi a quarta vez que parto esses dentes, e talvez da forma mais estúpida.

Agora vou contar-vos a história dos meus incisivos! “Era uma vez um par de incisivos que foram logo dos primeiros a nascer. Queriam sair da gengiva e conhecer o mundo, portanto empurraram a dentição de leite para fora da boca. Mal eles sabiam o que lhes esperava, um rol de acidentes, de tragédia, de decepação, de poda, de colocação de massa. Nunca mais viriam a ser os mesmos…”

STRIKE 1: Estava eu no 3º ano e pedi à senhora professora (no 1º ciclo “stora” é heresia) para ir à casa de banho, desconhecendo o chão escorregadio que me esperava. Como era altura de aulas, as funcionárias não viram mal em lavar o pavimento. O tanas! Quando cheguei lá fiz o que tinha a fazer mas na altura de sair, o que é que aconteceu? Escorreguei, como podiam adivinhar! Mas não foi um escorregar para trás que qualquer um espera. Não, o meu foi para a frente! Sem tempo de reacção, não consegui proteger-me com os manápulos e caí com a cara. Mais propriamente com os dentes. E partiram-se. Na altura não foi muito, deve ter sido 1/10 por cada um dos 2 dentes da frente. Levantei-me sem choradinho, e fui para a aula, à espera que ninguém repare. Não sei porque é que não quis que ninguém visse, talvez por medo que gozassem ou que a stora (perdão, professora) ralhasse. Mas tive sucesso nessa missão de passar despercebido, porque acho que ninguém reparou nesse dia…

STRIKE 2: Já no 6º ano, se não me engano. Estava eu num episódio de brincadeiras infantis que só lembram ao diabo e a putos do 6º ano, e então dá-se a tragédia. Acho que era uma espécie de apanhada, quando que fulano empurra sicrano, que empurra beltrano, que me apanha desprevenido e me empurra a mim, feito um dominó. Mais uma vez não houve tempo de reacção até porque fui apanhado desprevenido, e mais uma vez uma queda para a frente, pelo que a minha cara entra em contacto com o chão. Desta vez a decepação foi maior, acho que os dentes ficaram reduzidos a 7 ou 8/10, e tinha dentes bem grandes! Ainda me foram dar os bocados de dente que eu tinha “deixado cair”, mas num episódio de, vá, nervosismo (daquele que já dá direito a choradinho) e raiva mandei-os para loooongeee…….. Não ia guardar como recordação deste magnífico episódio! E mais tarde, quando a escola me levou ao hospital, vim a saber pelo estomatologista que se tivesse os bocados que lancei fora bastava colá-los de volta. Ainda bem que os atirei, ficar com dois dentes em forma de bico e a arrepanhar o lábio de baixo é muito melhor

STRIKE 3: Já no 8º ano, brincadeira ainda mais estúpida. Cheio de bazófia decidi saltar um arbusto que estava num muro de 50 cm. O problema é que no momento do salto não vi um arame que passava sobre o arbusto. Escusado será dizer que o meu pé enfiou-se no arame, por lá se prendeu e assim com o pé preso e já no ar a queda será inevitável. E foi. E esta queda foi bem feia, porque além de ficar preso com o pé esperava-me uma queda de 50 cm, portanto a probabilidade de cair inclinado para baixo com a cabeça era alta. Probabilidade cumprida com sucesso, que mais uma vez vi os meus dentes da frente a impactar sobre o chão e desta vez a estilhaçarem-se. Devo ter ficado com 6/10 ou metade dos meus dentes da frente, que o resto já foi. Sorte foi eu fazer esta idiotice a caminho de casa, portanto o seguro pagou o restauro!!!!!!! Haja algo de bom em tanta coisa má… Quando concluí a colocação da massa, já a minha língua e os meus lábios há muito se tinham esquecido como eram uns incisivos normais…

Mas o que é bom tem de acabar!
STRIKE 4: Eis o partir de dentes mais estúpido. E foi muito simples até. Estava eu a almoçar quando me apetece temperar com molhos, portanto pedi daqueles pacotinhos de maionese e ketchup. Como a embalagem parecia inviolável comecei a roer o pacote, até que oiço um estalido cuja origem desconhecia, até sentir com a língua o dente sem massa com a língua e ver esse bocadinho colado com saliva ao pacote. E assim foi, parti pela última vez os dentes ao roer um bocado de plástico.

Como poderão adivinhar, já nem triste nem nervoso estou por me ter acontecido 4 vezes. É mesmo só IRRITADO. Porque se existe algo parecido com o karma o com justiça divina, gostava de saber o que é que eu fiz para merecer que os meus dentes se partam 4 vezes. Basta uma para aprender que é muito desagradável! Só num dia já estava a ver-me aflito a comer esparguete sem que ele escorregasse pela cova criada, ou a falar sem que as pessoas se riam da minha dentadura, ou a assobiar quando digo alguma palavra com F ou outras letras.

Mas desta vez aprendi a lição, tenho a massa embrulhada num guardanapo pronta para que o estomatologista ma cole ao dente amanhã! E até justificação tenho para faltar à aula de Português, e quem sabe ao turnos… É necessário ver as coisas mais positivas das enfermidades mais irritantes!

foto aqui

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

aparte!

Um pequeno post para quebrar a estrutura normal deste blog! Mas alturas desesperadas requerem medidas desesperadas… E não ia deixar escapar esta pérola!

É que encontrei este artigo num folheto publicitário de uma cadeia de supermercados que começa e acaba com L e que tem ID pelo meio… Já adivinharam?
E foi isto que me captou a atenção:



UM GIM POWER!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



Igualzinho ao da publicidade da Trina, o irrita-me nº 9!!!
Awesome,man... Digno até de ir para o meu blog rival…

Acho que isto merece o 39 euros que custa e merecia muitíssimo mais, o conhecimento de que não estamos sozinhos no mundo porque houve mais alguém a comprá-lo e saber que há uma rapariga na praia que contou uma piada seca que pode contar connosco é daquelas coisas que não tem preço…
Ora aí está uma boa proposta para aquelas publicidades da marca da Mastercard, se não me engano...
"Há coisas que o dinheiro não compra; para todas as outras há o Mastercard. Portanto compre já e ainda pode receber um conta-passos e desconto de 2% no seu AbdoMagic, no seu GlúteoBuilder ou no FlexiBicep!"

sábado, 26 de setembro de 2009

irrita-me #9: it doesn't come out!

este post é sobre esta pérola:



Mas calma não acho isto de modo nenhum irritante! São altas as probabilidades de este ser o spot publicitário com mais nonsense-eza e estupidez que já devo ter visualizado! E por isso pertence àqueles casos que "de tão mau torna-se bom", como o filme The Room... É que deve ter sido muito difícil realizar este comercial, porque na minha opinião uma boa publicidade é mais fácil de fazer do que uma tão má que é boa, como é o caso.. Pior que isto dificilmente será feito!

Portanto isto para mim será hilariante (o que é bom). Para mim o irritante é esta letra ser tão fácil de decorar, e então entranha-se na minha consciência e de lá não sai, o que me faz cantarolar esta música o dia inteiro, 24-7 (o que é mau).

Geralmente as músicas que se impregnam no meu cérebro têm qualidade, mas desta calhou a vez à Trinaranjus (perdão, agora deve-se usar o diminutivo Trina) para não sair da minha cabeça... Já dou por mim a cantar mentalmente o jingle, e a fantasiar a menina que contou a piada seca, os que compraram o Gym-power, a que dançou no balcão, e os que bebem Trina para o comemorar...

Please, get out off my head! I'm begging you, Trina!

irrita-me #8: vizinho a batucar






É caso para dizer: UATAHÉLE?

Quero dizer, um indivíduo quer ver Dexter e tem de estar a aturar os batuques de não sei onde! Contando 3 prédios com 3 andares com 2 apartamentos cada (para os mais cognitivamente lentos, são cerca de várias habitações), sendo grande parte delas local de abrigo para, vá, jovens da minha idade ou universitários que por cá dormitam de passagem, será uma tarefa complicada reduzir as fontes do ruído sonoro a um ou dois apartamentos. E quiçá, poderá vir da Igreja da Sra da Encarnação ou do jardim de Sto Agostinho, efectivamente existem as condições acústicas que tornam essas hipóteses plausíveis… Só sei que ele anda por aí, a entrar pelos buraquinhos do meu estore (ou estoro?) e pelo meu quarto dentro!

He’s loud, he’s proud and he’s annoying me!

Isto assim não pode ser! Quero dizer, uma pessoa já não pode estar muito descansadinho no seu quarto a assistir uma pessoa psicologicamente “diferente” a esfaquear e esquartejar assassinos sem ser constantemente perturbado por este caso exemplar de poluição sonora – que por sinal deverá ser o mais irritante de todos os tipos de poluição. Dou por mim a entrar no ritmo da música e vai-se a ver e já não me lembro da torrente de asneiras há pouco proferidas pela Debra (para os não-seguidores, a eloquente irmã do Dexter), e lá tenho de rebobinar uns segundos. Isto é de tirar qualquer um do sério!

O pior é que o ritminho que até já decorei acaba por se desvanecer e nós já nem reparamos, mas depois sou atacado por um outro ritmo, mais agoniante e perturbador que o anterior!

São as maravilhas da vivência em sociedade… Quem precisa da calma do campo quando na cidade pode apreciar uma boa musiquinha de tambores, ou jambés, ou seja o que for que o meu ouvido nem o meu conhecimento musical são muito apurados,? Não é todos os dias que somos confrontados por estes belos exemplos de melodias harmoniosas!

E só as vezes que devo ter parado de escrever este post para ouvir o espectáculo de percussão… Talvez aquela coisa dos homens serem muito básicos até é verdade, porque eu não me consigo concentrar na escrita do texto e na audição da minha banda sonora ao mesmo tempo…

Não, continua lá! Apenas é 1:30h, quero dormir e nem com a janela fechada deixo de ouvir.. Mas pronto, não vou estragar o teu momento, estás lançado desde as 22h! Por favor, continua a tocar, obrigado por me enfiares a tua competência de bateres com as mãos numa superfície de pele ou plástico pelo tímpano adentro!

A sério, eu agradeço, sensei! Mal posso esperar pela próxima!

Imagens
aqui
e
aqui

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

irrita-me #7: a eternidade do carregar o telemóvel



Ontem fui carregar o meu celular, visto que o facto de se aderir a um tarifário com carregamentos obrigatório implica a obrigatoriedade de carregar o dito cujo celular, claro.

Dirigi-me então ao estabelecimento comercial da minha operadora, cuja publicidade não vou efectuar - apenas digo que começa com V e acaba em ODAFONE - porque o prazo de eles retirarem a mensalidade de 10 € (peço desculpa, 9,91€) do costume, por ter aderido a um tarifário que rima com aquela droga recreativa. O quê? Bloqueiam-me o cartão se não tiver 9,91€ nele? Ui que medo! Mas pronto, não estou para me chatear...

Assim sendo, entro no espaço e deparo-me com 3 clientes para ser atendidos. Podia usar a máquina na qual basta inserir a nota e digitar o número do telemóvel, mas o que eu tinha era moedas e acima de tudo a máquina não existia. Restava então esperar.

CLIENTE Nº 1: se não era o seu primeiro telemóvel aquele que ia comprar, bem parecia. Era uma mulher que já tinha passado da crise da meia-idade, e sendo do tempo em que telemóvel ainda não passava de uma ambição, estava sempre a perguntar como se desbloqueia o telemóvel, como se activa o cartão, etc. E foram 3 (as que contei) as vezes que ela perguntou o que fazer ao outro telemóvel que ela tinha e que precisava de reparação, ao que a empregada respondeu que sem nº de contribuinte só podia voltar noutro dia. Mas os poderes manipulatórios de quem já tem uma certa idade (vocês sabem, o "não entendi bem, sou muito velhinha", aquele olhar de cachorro abandonado...)levaram a empregada a melhor e ela guardou o telemóvel numa gaveta e ela depois passaria amanhã com o nº de contribuinte. Vitória para a cliente nº 1!

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CLIENTE Nº 2: ele estava a ver o seu saldo a ser cortado às postos a cada semana que passava. Estuda-se a lição e apesar do homem insistir que não aderiu a nada das promoções do tipo clube Jamba ou a outro qualquer anúncio da televisão, vai-se a ver e ele aderiu a dois desses clubes, um pago outro não, e ele no fim já diz que telefonou para uns concursos na televisão, ou uma coisa assim. A empregada telefona para a central da operadora para identificar os clubes e como sair dos mesmos. Seria de pensar que a história acabasse aqui. Mas não! O homem está muito revoltado por lhe terem roubado o dinheiro sem ele ter aceite algo, acha que a operadora também é responsável por não tentar parar este tipo de publicidade enganosa. Aí a empregada mostra aquelas duas facetas: a pessoal, contando episódios da sua vida em que também aderiu a esses clubes na espectativa de ganhar um voucher da Zara (veja-se lá) e quando soube que tinha aderido a um clube desistiu logo, e quando telefonou para o serviço de atendimento o brasileiro foi muito mal-educado; e a profissional, dizendo que a operadora não pode ter responsabilidade desta actividade, apenas funciona como intermediário, e que as pessoas é que devem ter cuidado com estes serviços. Pois, porque estas coisas causam repúdio à rapariga, e ela acha que deve ser ilegalizado! Mas se o senhor quiser pode aderir a um movimento que pretende acabar com isso, até lhe digo o nome... Ah, e entretanto o cliente nº 3 juntou-se à festa, porque também o tinham feito isso, tiraram-lhe 4 euros por semana durante 2 anos, o coitado! E também lhe tinham atendido um brasileiro que também foi muito mal-educado. Teria sido o mesmo?, é uma pergunta muito pertinente que me coloquei na pasmaceira da altura.
E eu a ver este triste espectáculo, com o dinheiro já quente nas mãos e a bufar de impaciência. Talvez um pouco menos de ingenuidade ajudasse estas alminhas, que nem eu tenho tanta! E discutiram que não tinham assinado um contrato para lhes estarem a roubar dessa forma, que a culpa é da operadora, que é uma pouca-vergonha, que era acabar com isto tudo... No fim 2 brasileiros foram escorraçados, os clubes foram cancelados e o dinheiro não foi devolvido. Vitória para a ignorância de uns que enriquece outros!

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CLIENTE Nº 3: já com os ânimos mais calmos, ele pediu por um carregador para o isqueiro do automóvel compatível com o o celular dele, não tenho pudor em dizer que era um samsung. Vamos procurar, pensa a rapariga! Tira um, tenta ver qual é o modelo do telemóvel e se está na lista da embalagem. Não está. Vamos procurar outra vez! Procura e encontra outra, mas também não deve dar, e outra, e outra. Mas esperem, talvez seja esta! Sim, está na lista do reverso da embalagem! Então são 18,50€ (até decorei, deveras impressionante)! Mas como isto da Samsung não é de fiar, é melhor experimentar... Olha, não dá! Bem, então vou ter de anular a compra... Mas deixe-me ver melhor! Bem, vou experimentar com este carregador, não custa! Olha, também não dá... Espere, encontrei um compatível com o seu! Oh, este carregador é para a tomada, não é para o isqueiro... Bem, vai ter de procurar noutro sítio, desculpe o incómodo!

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Sou eu! Uau, e só precisei de esperar meia-hora!
Dou o meu número do celular, a quantia que desejo carregar e o respectivo dinheiro. Isto em menos de 30 segundos.
E saio dali em direcção a casa, cansado do meu primeiro dia de escola (e primeiro dia de acordar muito cedo) e fulo da vida, perguntado a Deus porque é que naquela loja não há uma máquina que carrega telemóveis, e que aceite notas e moedinhas. Se ele é assim tão bom tinha-se esforçado um pouco mais nesse aspecto!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

irrita-me #6: e depois o gelo fica preso ao copo

Mas sabe bem aquelas vezes em que o meu pedido é realizado, e trazem-me a bica cheia e o copo com três ou quatro pedras de gelo. É bom, é refrescante e é barato, não há nada melhor.

Ponho o açúcar na bica, mexo vigorosamente, e com muita cautela insiro a bica no copo com gelo, tentando não desperdiçar nem uma única gota.

Espero uns segundos, o café esfria, o gelo derrete. E começo a beber aos niquinhos, porque apesar do café diluir-se não deixa de ser pouco. E sabe muita bem, como sempre!

E por vezes, quando demoro muito tempo a beber, o gelo derrete na totalidade. Mas eu prefiro quando isso não acontece, quando ainda há umas pequenas pedrinhas de gelo na base do copo. E aí levanto o copo e espero que o gelo desça em direcção à minha boca, para que eu o possa trincar. Trincar gelo é o último ritual do consumo do café com gelo, e se calhar é o que eu gosto mais. Ainda mais refrescante e ainda mais barato! E tal como o acto de beber o café também tem de ser feito com muita calma, porque é bom até ao ponto que a nossa língua começa a ficar dormente, e começa a ser uma tortura em vez de um prazer... Porque não sabemos se havemos de cuspir o gelo e acabar com a "dor" (desperdiçando assim gelo) ou continuar a chupar até que o gelo derreta um pouco mais e que a "dor" diminua.

Mas eu até gosto dessa "dor", porque aí calor não temos de certeza. O que me irrita é quando nós levantamos o copo para que o gelo desça, e ele não desce. Esperamos, esperamos, e ele não desce. E aí parece que a frustação toma conta de nós.

Damos uma pancadinha no copo e não desce, o gelo limita-se a andar à roda no fundo do copo, sem descer. Começamos a amaldiçoar a capacidade de coesão da água devido à pontes de hidrogénio, se é essa a razão do gelo nãoe descolar do fundo do copo.

Damos mais umas pancadinhas e o gelo goza connosco, rodando lá no fundo. Começamos a ter uma enorme sede e a dizer uma torrente de asneiras, como nunca dissemos.

O problema é que as pancadinhas não podem se muito grandes, temos que praticamente dar festinhas. Porque dar grandes açoites no copo enquanto ele está na nossa boca pode causar sérios danos nos lábios, gengivas ou dentes, devido ao impacto do copo na nossa boca...
E essas pancadinhas só ser feitas na nossa boca, porque se for fora da boca, apesar de termos de termos a liberdade de dar pancadas com a intensidade que quisermos, corremos o risco do gelo se descolar do fundo e acabar por cair na mesa. E nós queremos que ele caia na nossa boca.

Portanto é esperar que as pancadinhas/festinhas resultem e o gelo finalmente caia do copo para a nossa boca de modo a nos refrescarmos, ou resignamo-nos e esperamos que o gelo derreta, para que nos limitemos a beber água fria. Mas água fria não é gelo, e nós queremos gelo! Mas gelo não pode ser.

E no fim choramos que nem uma madalena por esta retumbante e humilhante derrota.

irrita-me # 5: não há gelo?

Vou admitir agora em público que a minha bebida preferida é o café com gelo.

Refiro-me ao literal café com gelo:



E não a esta bodega que comercializaram este verão:



É que sabe muita mal!!! Quem é que teve a ideia de juntar hortelã `mistela? Acho que para um "ice coffee" deveria bastar café gelado...

Mas não é isso que me chateia.

Acho que não passa um dia das minhas férias do Verão que eu não vá a um café e peça um café cheio (quanto mais, melhor!) e um copo com gelo, para de seguida inserir o café no dito cujo copo e esperar que a sua temperatura baixe. E devo dizer que faço tal pedido que um caditinho de "nariz empinado" (agora já não tanto!), digamos, porque até é interessante ver a cara de estranheza de alguns empregados quando eu peço essas duas coisas totalmente opostas, e imaginam o que eu vou fazer com elas - geralmente correspondendo à realidade, mas que para eles não deixa de ser invlugar e impossível de ser bom. Mas como eu sei que é muita bom, eu peço! E o senhor empregado que se rejubile por lhe ter introduzido na mente uma bebida refrescante, talvez a melhor que alguma vez lhe pediram!

Bem, há esses empregados, e depois há aqueles que me dizem: "Gelo? Não temos."
Não têm??? Como é que é possível um café não ter gelo no Verão? Entendo que café com gelo não seja muito normal pedirem, mas uma coca-cola com gelo, apesar de não ser um pedido tão brilhante, é muito vulgar! E o que é que eles fazem com esses pedidos? Limitam-se a dar uma Coca-cola morna? É que não é como o café que também se pode beber quente...
E nem é preciso falar de satisfazer pedidos. E quando o gelo passa a ser uma necessidade? Por exemplo, alguém cai no degrau da entrada do café e bate com o joelho no chão e com a testa na quina da mesa mais próxima à porta. Esse indivíduo está a ganir de dor, que só pode ser suprimida com um bom saco de gelo. "Desculpe, gelo não temos, mas sempre pode passar a testa e o joelho pela água da torneira, que até está fresquinha..." Resultado? A dor não passa, e torna-se mais difícil esquecer para a vítima. Resultado? Processo contra o café e o maldito degrau!

Portanto eu não percebo como é que um café não entra em falência quando não tem gelo, porque deve ser 73% dos pedidos que não são satisfeitos. E se não é por essa razão é porque chovem processos para cima do café resultantes da falta de gelo. Mais fácil seria a ASAE tornar obrigatório a presença de pelo menos dois quilogramas de gelo na máquina refrigeradora do café, e assim podia fazer o meu pedido.

Porque não tendo gelo, tenho duas opções: peço o café quente ou outra coisa qualquer. Mas o café quente é pró Inverno, não se adequa ao Verão! Mas eu preciso da minha cafeína refrescante... E aí acabo por pedir uma coca-cola (nada de coca-cola zero, eu quero a cafeína) ou um gelado de café, e saio derrotado e extremamente irritado com a falta de bom senso do estabelecimento, ou talvez com a preguiça do gerente em comprar sacos para fazer gelo ou cuvetes.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

irrita-me #4: meter o pé nos corpos livres

Reparei há pouco tempo que não sou o único que, quando um corpo previamente na nossa posse sai do nosso controlo e entra em queda livre devido à força gravitacional que a Terra exerce sobre ele, a nossa primeira reacção é esticar o pezinho e po-lo sobre o dito corpo para prevenir o estilhaço, o amachucamento ou simplesmente o conspurcamento.

Também aprendi que o nosso cérebro, apesar de possuir essa brilhante capacidade inata que já deve ter salvo muitos objectos lá da casa, ainda não sabe fazer a triagem do que vale a pena ser salvo e o que é melhor não salvar.


Podemos salvar:






Não é boa ideia salvar:








Mas é com esses erros que aprendemos. E hoje aprendi que se o chão é alcatifado e o pé está descalço não é preciso salvar o copo que caiu das minhas mãos. Porque se o fizer fico fodido do pé durante uns bons minutos.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

irrita-me #3: gelados



Vamos lá admitir. Todos nós gostamos de gelados no Verão. Mesmo os alérgicos à lactose podem comer um Calipozinho de vez em quando.

Mas também cada um tem o seu gosto, um equilíbrio entre as nossas papilas gustativas e a nossa carteira. E é sempre bom descobrir o gelado que mais se adequa a ambos. E na altura que nos dirigimos a um café ou esplanada estamos a fazer cálculos mentais para descobrir qual deles é que vamos adquirir. E quando descobrimos qual é sabe tão bem! Por vezes melhor que o gelado...

Chegamos ao pé da arca prontos para dizer aquelas palavras: "Queria um (marca) de (sabor), se faz favor!" E é aí que o mundo cai aos nossos pés. Pode acontecer uma de duas coisas:
- esse gelado esté marcado no cartaz com uma grande cruz ou uma pintinha, dizendo claramente que já está esgotado;
- a empregada que nos serve traz-nos pessoalmente essa notícia, declarando o odiável "já não temos" (e depois dizendo tooooodos os gelados que não tem) ou começa a vasculhar a arca e depois faz essa descoberta que nos é transmitida a nós;

Sinceramente, qual das formas é que é pior? É que parece que a cruz ou a pintinha estão lá para gozar connosco, dizendo que foi uma escolha errada, mas ouvindo do empregado também é muito mauzinho, porque pensamos que daí a 5 segundos temos o gelado na mão e afinal não há!

Que chatice...
Depois temos de escolher outro! Ou mais caro ou que nós não gostamos tanto... E essa segunda escolha pode ser muito tortuosa, porque estamos sempre a pensar que se a gerência tivesse tido a maçada de encomendar mais um galdo ou dois do que queremos já o tínhamos na mão... E por vezes é muito longa essa escolha, porque não estávamos nada à espera de ser confrontados com esse problema... Pior para aqueles que estão atrás de nós à espera de um gelado que efectivamente existe! E ainda pior é quando o empregado não tem a decência de dizer os gelados que não têm, e assim vamos nomeando gelados e ele vai dizendo que não tem. Cheguei uma vez a ter de nomear 5 gelados por causa disso, o que irritaria qualquer um.

Mas pronto, acabamos por pedir outro gelado que nós NÃO queríamos tanto, mas epá, aquela gana de gelado não desaparece... Só não pode é ser daquele pretendido, tem que ser outro! E assim é, afastamo-nos da arca completamente desolados com um gelado na mão, o segundo recurso, o plano B. Abrimos o invólucro, com cautela para não pôr a descoberto todo o gelado de modo a reduzir as probabilidades de ele cair, e começamos a saborear e a degluti-lo, fantasiando o sabor a nata, morango a chocolate que poderíamos estar a saborear.

Bom apetite!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

irrita-me #2: demasiado tarde para cinema!

O cinema é uma experiência que, apesar de por vezes ser divertida e até elucidativa, não deixa de ser um pouco frustrante... Pelo menos para mim!

Não me refiro ao filme em si, mas aquelas horas que o antecedem nas quais tentamos adquirir os bilhetes... Porque nem sempre resulta como nós queremos!

Infelizmente para mim, essa altura é sempre um misto de medo, ânsia, frustação, etc. E porquê, perguntam vocês? Porque somos confrontados com um enorme dilema que por vezes nos ultrapassa, é por isso!

Para começar há a árdua tarefa de angariar recursos humanos para visionar um filme. Escolher o dia, o filme por vezes revela-se ser mais difícil do que parece, pois a unanimidade é complicada de alcançar! Se não é o dia o problema é o filme...
E depois parece que há um gráfico mental que nos indica logo as probabilidades de ir ao cinema:



(sim, na minha mente o gráfico é tão rasco como o que está aqui...)


Seja como for! Por mim o número ideal é 4 ou 5, a partir daí é gente a mais, mas depois não queremos ir só 2 ou 3, parece mais um casal e o outro a fazer de vela!

Mas isso nem é o mais frustrante! Acho que o mais frustrante é o comprar/não comprar, o reservar/não reservar...
Porque se comprarmos com muita antecedência corremos o risco de alguém desistir à última hora, e ainda são 5 euros para o lixo, por bilhete! é muito... Além disso, implica deslocarmo-nos ao cinema, o que nem sempre dá gana...
Sempre podemos reservar por telefone, é claro, mas porque é que temos que levantar os bilhetes 30 minutos antes do filme começar? Acho que é muito cedo... Será que não podem confiar em nós? Se reservamos é porque estamos a fazer conta de ir... Nem que seja 15 minutos mais cedo, acho que esse tempo chegava! É que depois 30 minutos à espera que o filme comece é muito tempo! E em 30 minutos pode acontecer muita coisa, por exemplo alguém desistir! Além disso, nas sessões da noite nem sempre podemos jantar às 8h para sair de casa às 8:30h para chegar lá às 9h para levantar a reserva, só porque o filme é às 9:30h... Nos dias de hoje a hora que estamos a levantar os bilhetes é hora de jantar! Portanto a reserva torna-se um pouco contra-natura...

Portanto às vezes escolhemos não comprar e não reservar, e em dias de estreia ou no sábado à noite sai-nos o tiro pela culatra! Porque somos confrontados com 2 opções:
- está esgotado;
- está quase esgotado, só restam os lugares da primeira fila (e os mais cocós)

Então aí surge outro dilema:
- comprar lugares cocós;
- escolher outro filme cocó;
- desistir e pensar nos cocós que somos por não termos reservado.

Torna-se muito complicado assim ir ao cinema!
Mas também digo-vos que não há nada melhor quando pegamos os bilhetes dos melhores lugares da sala, e depois entregamos os bilhetes ao senhor que está à porta com um ar triunfal... É como gritar VITÓRIA na nossa mente! E sentamo-nos no nosso trono a ver os trailers, para ver qual será a nossa próxima vitória...

sábado, 15 de agosto de 2009

irrita-me #1: Os urls do Blogger!

E um mês depois estou aqui a escrever a minha primeira coisa irritante!

E não há melhor forma de começar esta torrente de injúrias, desabafos e críticas que jorrarão da minha pessoa, nada melhor do que dizer mal do... Blogger e os blogs!
You know, bite the hand that feeds...

Para começar a procura do url para o meu blog é uma missão muito frustante, porque estamos a pensar num url MUITA BOM!, mas depois vai-se a ver e ele já está a ser utilizado... O que deixa qualquer um extremamente muito cabisbaixo, porque dedicamos o nosso tempo naquele nome e pensamos que é muito original e vai atrair uma boa quantidade de internautas, mas afinal já alguém nos plagiou... E depois vamos ver quem nos plagiou e esse individuo só tem uma entrada, do tipo a dizer que vai tentar não abandonar esse blog... há 3 anos!

Mas que desperdício de url!

Foi o que me aconteceu com o meu outro blog: tive dias à procura de url e de nomes para o blog, porque quando o url já existe o nome deixa de fazer sentido. E quando finalmente encontrei um url razoavelzito (e o respectivo nome) acabei por o abandonar! Pois, só escrevi uma entrada, talvez devido à minha cabisbaixice... Mas tudo pode mudar!

Estranhamente não aconteceu com este blog, o que não percebo! Modéstia à parte, como é que ainda ninguém tinha tido esta ideia brilhante, pá? Felizmente ainda não há pessoas a acompanhar o meu génio... O que é pena! Agora limitai-vos a ler aquilo que escrevo!!!
Buahahahahah...

E talvez foi por o url ter resultado logo à primeira eu não abandonei imediatamente o blog...
Será? Ora aí está uma boa teoria para ser experimentada, se bem que não contribui em nada para a sociedade... Mas também praí 90% das experiências não contribuem... É preciso ser um génio para atribuir o uso de escovas à queda de cabelo, como eu recentemente vi? Mas isso deixo para outra altura...

Seja como fôr, há por aí muito url desperdiçado, e muito espaço do Blogger também... Em vez de escreverem o material de primeira como eu e poucos escrevem, desperdiçam o tempo deles e o nosso! Quantas vezes é que você, caro internauta, foi dirigido do google para um blog que não tem nada a ver com o que pesquisámos? De modos que duplica a nossa pesquisa... É no que a liberdade de expressão dá! Dá para escrevermos todas as inutilidades, parvoíces e banalidades que bem nos apetecer! Basta para isso encontrar um bom url e um bom nome para o blog...

Mas também é verdade que encontramos várias pérolas no mundo da web, e que se não nos educam ou elucidam de forma alguma, fazem-nos passar um bom bocado... Olha, como este! =D

As últimas experiências dizem que 89,3276% dos blogues é lixo... O que nem é mau, porque significa que por cada 100 blogues 10,6724 deles até são bonzitos...
Portanto, caro internauta, continue a navegar pelo lixo do Blogger e da Internet porque vai sempre encontrar algo porreiro... Como isto!

Cumps

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Prefácio ou preâmbulo? Ou simplesmente introdução?

Olá. Este é o meu blog.

E perguntam vós: “Que raio de blog é este?”

Bem, vou passar a explicar, tal como é moda se fazer na primeira entrada para o dito cujo.

Um dia destes estava eu na Internet, sem nada para fazer na sua imensa vastidão e qualidade que me assombra todos os santos dias, que me deparo com um site blogocórico que reparei ser vencedor dos Webby awards deste ano, cuja lista de vencedores me apeteceu consultar para fazer uma breve triagem da maravilhosa invenção que é a Internet.
O nome do site blogocórico? “1000 Awesome Things” - para quem não possui o cada vez mais vulgar talento de entender o Inglês, significa “1000 coisas fantásticas” (ou espectaculares, ou extraordinárias, ou magníficas, ou espantosas, ou estupendas, ou surpreendentes, ou incríveis, ou formidáveis, ou maravilhosas, como quiserem!). Pensei que era alguma referência ao Barney de “How I Met Your Mother” (sabem, o mulherengo que só sabe dizer awesome e legen – wait for it – dary!), mas não. É simplesmente um site blogocórico em que se tentam enumerar todas as coisas fantásticas que nos acontecem mas que nunca reparamos.

Devorei umas 100 entradas de uma só vez, e tinham todas muita piada, eram todas surreais e estranhas mas não deixavam de fazer sentido. Do tipo "Pois ééééé!!! Nunca tinha reparado… É deveras fantático! Ahahahah!" (recuso-me a pôr lol, acho irritante)
Mas apesar de tudo cheguei ao fim e disse para mim mesmo: “ Caramba, se ao menos o mundo fosse assim tão engraçado e perfeito! Sim senhor, o mundo tem a sua dose de coisas boas, mas a dosagem que nos apresenta de coisas más é bem maior! Aposto que há mais coisas irritantes que nos levam a praguejar e a desejar que nunca tivéssemos aparecido por cá do que as coisas fantásticas que nos fazem agradecer a quem nos pôs neste planeta [não falo de Deus, mas sim dos nossos progenitores, eles sim têm esse mérito]. Que eu saiba as coisas estúpidas e irritantes fazem um mau dia, e as coisas porreiras não fazem um dia bom, nem sequer reparamos nelas [e por isso até agradeço ao 1000 Awesome Things!].” Não é verdade caros leitores (a esta altura, inexistentes)?

E nessa altura ocorreu a maior epifania da minha curta vida, imaginem uma lâmpada a acender-se em cima da minha cabeça (mas das poluentes, porque essas brilham logo e as ecológicas demoram muito tempo até que tenham uma luz minimamente aceitável).
Foi aí que disse outra vez para mim mesmo: “Já sei. Jordão [nome fictício], vais criar um blogue com 1001 coisas irritantes! Decerto vais encontrar pelo menos mais uma coisa irritante do que o número de coisas fantásticas que os senhores do site blogocórico se comprometeram a encontrar! E vai ser o maior blogue de sempre! Talvez não, mas vais conseguir pelo menos 10 leitores!”

E, 2 meses mais tarde, surge então o blogue, e 3 meses mais tarde a sua primeira entrada.

Considero isto como trabalho comunitário, uma procura do Mal neste mundo em nome do Bem. O site blogocórico procura as coisas boas que devemos dar graças, eu as más para que nós sejamos confrontados com elas e talvez lutar pela sua extinção. Que eu saiba a desintoxicação dos bêbados (desculpem, alcoólicos), drogados (esse não peço desculpa porque ainda é politicamente correcto. Ou não?) e outros viciados em compras, sexo ou trabalho passa por reconhecerem aquilo que têm.
É mais ou menos aquilo que a partir de agora vou fazer. E espero ser reconhecido com um Webby Award por essa razão. Ou pelo menos 10 leitores.

Agora, desfrutem do que espero não ser um projecto que eu vá abandonar, feito um diletante (ler “Os Maias” ainda tem a sua utilidade, dá para aprender palavras novas).
Em nome do Bem, não o posso consentir!

Ah, já agora ponho aqui o link do site blogocórico: http://1000awesomethings.com/

Cumps